O Ministério da Saúde estuda incorporar do SUS a estratégia do uso preventivo do medicamento Truvada para evitar a infecção por HIV. Chamado de profilaxia pré-exposição (PrEP), o método consiste no uso diário do remédio – que combina os antirretrovirais tenofovir e emtricitabina – por grupos mais vulneráveis à exposição ao vírus.
O anúncio foi feito durante uma apresentação da diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, na Conferência Internacional de Aids, em Durban, na África do Sul, nesta segunda-feira (18).
Segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais prepara um protocolo clínico de PrEP que será encaminhado à Comissão de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec) até o final desde ano.
Segundo o ministério, a expectativa é atender 10 mil pessoas no primeiro ano de incorporação. A estratégia, que deve ser ofertada em serviços especializados do SUS, será destinada a "populações com alto risco de infecção pelo HIV". A pasta, porém, não detalhou o perfil dos grupos que serão beneficiados.
Eficácia da estratégia
Desde 2014, a profilaxia pré-exposição é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para pessoas em risco considerável de se infectarem com HIV e sua eficácia foi comprovada por quatro estudos clínicos. Um deles, o estudo internacional iPrEx (Iniciativa de Profilaxia Pré-exposição), do qual o Brasil também participou, concluiu que o uso diário de antirretroviral por homens saudáveis que fazem sexo com homens conseguiu prevenir novas infecções com eficácia que variou de 43% a 92%, dependendo da adesão ao medicamento.
Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está analisando o registro do Truvada para uso na PrEP. No Brasil, o Truvada é aprovado somente para o tratamento da doença (apesar de não ser adotado pelo SUS), por isso é necessário um novo registro para o uso em prevenção.
A adoção da estratégia já vinha sendo estudada pelo Brasil. Existem dois estudos em andamento de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no país financiados pelo Ministério da Saúde e realizados pela Faculdade de Medicina da USP e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Especialistas alertam que esse tipo de estratégia deve ser aliada a outras medidas preventivas. Quem optar por adotá-la, por exemplo, deve ser aconselhado a continuar usando a camisinha, a fazer testes de HIV periodicamente e a tratar outras DSTs, que costumam deixar o paciente ainda mais vulnerável à infecção por HIV.
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The Ministry of Health studies incorporate the SUS the preventive use strategy Truvada drug to prevent HIV infection. Called pre-exposure prophylaxis (PrEP), the method consists in daily use of the drug - which combines the antiretrovirals tenofovir and emtricitabine - for more vulnerable groups exposed to the virus.
The announcement was made during a presentation of the director of STD, AIDS and Viral Hepatitis of the Ministry of Health, Adele Benzaken at the International AIDS Conference in Durban, South Africa, on Monday (18).
According to a statement released by the press office of the Ministry of Health, the Department of STD, AIDS and Viral Hepatitis prepare a clinical protocol of PrEP to be submitted to the SUS Technology Incorporation Committee (Conitec) by the end of this year.
According to the ministry, is expected to serve 10,000 people in the first year of incorporation. The strategy, which should be offered in specialized SUS services, is designed to "populations at high risk of HIV infection." The paste, however, did not detail the profile of the groups that will benefit.
Strategy Effectiveness
Since 2014, the pre-exposure prophylaxis is recommended by the World Health Organization (WHO) for people at considerable risk of becoming infected with HIV and their effectiveness has been proven by four clinical studies. One, the international iPrEx (Pre-Exposure Prophylaxis Initiative), of which Brazil also participated, found that daily use of antiretroviral for healthy men who have sex with men could prevent new infections effectively ranging from 43% to 92% depending on the medication adherence.
Currently, the National Health Surveillance Agency (Anvisa) is analyzing the record of Truvada for use in PrEP. In Brazil, Truvada is approved only for the treatment of disease (although not adopted by SUS), so a new record for use in prevention is necessary.
The adoption of the strategy was already being studied by Brazil. There are two ongoing studies of Pre-Exposure Prophylaxis (PrEP) in the country funded by the Ministry of Health and conducted by the Faculty of Medicine, USP and the Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz).
Experts warn that this strategy should be combined with other preventive measures. Those who choose to adopt it, for example, should be advised to continue using condoms, to make HIV tests regularly and treating other STIs, which often leave the patient more vulnerable to HIV infection.
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