A Parada Gay de Jerusalém reuniu cerca de 25.000 pessoas, nesta quinta-feira (21), que desfilaram rodeadas por um impressionante dispositivo de segurança para evitar agressões, um ano depois que uma adolescente foi assassinada por um judeu ultraortodoxo durante a marcha.
A imprensa israelense destacou uma participação recorde nessa festa destinada a promover a tolerância, depois da forte polêmica levantada pelas declarações homofóbicas de certos rabinos nas últimas semanas.
A polícia, que havia mobilizado mais de 2.000 agentes, assegurou ter desmantelado um projeto de ataque contra os participantes do desfile. A agressão teria sido planejada pelo irmão de Yishai Shlissel, o ultraortodoxo que matou, no ano passado, uma menina de 16 anos e feriu outros cinco participantes.
Michael Shlissel foi detido e sua prisão será prolongada até sexta-feira.
O assassinato de Shira Banki deflagrou fortes críticas sobre a ineficácia do dispositivo policial. Shlissel foi colocado em liberdade algumas semanas antes, após cumprir pena de prisão por ter ferido outras três pessoas na Parada Gay de 2005.
Para evitar um novo drama neste ano, a polícia decidiu adotar medidas drásticas para garantir a segurança dos milhares de participantes esperados no desfile. Todas as ruas que dão acesso à marcha foram cercadas horas antes de seu início.
Durante o desfile, 30 "suspeitos" que tinham por objetivo "perturbar o andamento" da marcha foram detidos, e a polícia descobriu que vários deles tinham facas.
Apesar dos temores de agressão, a Parada transcorreu sem distúrbios em meio a um mar de bandeiras do arco-íris e israelenses.
'Princípio de igualdade'
O ministro de Segurança Interior, Gilad Erdan, presente no desfile, disse à AFP que se tratava de uma "marcha da tolerância" para expressar "solidariedade". O líder da oposição trabalhista, Isaac Herzog, também participou.
"O princípio de igualdade é a razão pela qual Shira Banki desfilou no ano passado, e é por isso que milhares de vocês marcharão a cada dia", declarou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em um vídeo publicado nas redes sociais.
"Ela morreu assassinada por um extremista cheio de ódio", lamentou.
Infelizmente, "certo membros da nossa sociedade continuam sem estar preparados para aceitar a comunidade LGBT", completou.
Em Jerusalém, cidade santa para judeus, muçulmanos e cristãos, a comunidade homossexual enfrenta mais dificuldades para ser aceita do que em Tel Aviv, uma cidade mais tolerante, onde a Parada Gay é muito mais festiva.
Também participaram da marcha alguns judeus ultraortodoxos, reconhecíveis por seu kipá preto. Um deles, que preferiu não se identificar, explicou que compareceu para provar que "Shlissel não representa o judaísmo ultraortodoxo, para o qual o amor ao próximo constitui um dever fundamental".
Uma mulher religiosa de 27 anos, Ariela Matar, explicava sua presença como uma denúncia das "declarações odiosas proferidas por certos rabinos", que contribuíram para aumentar a tensão com seus propósitos homofóbicos.
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The Jerusalem Gay Parade gathered around 25,000 people, on Thursday (21), which paraded surrounded by an impressive security device to prevent aggression, a year after a teenager was murdered by an ultra-Orthodox Jew during the march.
Israeli media said a record participation in this festival to promote tolerance, after the controversy raised by strong homophobic statements by certain rabbis in recent weeks.
Police, who had mobilized more than 2,000 agents, claimed to have dismantled an attack project against marchers. The assault had been planned by the brother of Shlissel Yishai, the ultra-Orthodox killed last year, a 16 year old girl and injured five other participants.
Michael Shlissel was arrested and his arrest will be extended until Friday.
The killing of Shira Banki sparked strong criticism about the inefficiency of the police force. Shlissel was set free a few weeks before, after serving time in prison for wounding three other people in the Gay Parade 2005.
To avoid a new drama this year, the police decided to take drastic measures to ensure the safety of thousands of expected participants in the parade. All roads that give access to the march were fenced hours before its start.
During the show, 30 "suspects" that aimed to "disrupt the progress" of the march were arrested, and police discovered that several of them had knives.
Despite fears of aggression, the parade went undisturbed amid a sea of rainbow flags and Israelis.
'Principle of equality'
The Minister of Interior Security, Gilad Erdan, present in the parade, told AFP that it was a "march of tolerance" to express "solidarity". The leader of the Labour opposition, Isaac Herzog, also participated.
"The principle of equality is the reason Shira Banki paraded last year, and that is why thousands of you go forward every day," said Prime Minister Benjamin Netanyahu in a video posted on social networks.
"She died assassinated by an extremist full of hate," he lamented.
Unfortunately, "some members of our society still unprepared to accept the LGBT community," he added.
In Jerusalem, the holy city for Jews, Muslims and Christians, the homosexual community faces more difficulties to be accepted than in Tel Aviv, a more tolerant city where the Gay Parade is much more festive.
Also participated in the march some ultra-Orthodox Jews, recognizable by his black skullcap. One, who declined to be identified, explained that appeared to prove that "Shlissel does not represent the ultra-Orthodox Judaism, for which love of neighbor is a fundamental duty."
A religious woman of 27 years, Ariela Killing, explained his presence as a denunciation of the "odious statements made by certain rabbis," which contributed to increasing tension with their homophobic purposes.
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