"Haverá duas homenagens, uma antes da saída da parada, com um minuto de silência, e outra no palco montado na praça da Bastille, local de chegada, que ainda não foi definida", afirmou em entrevista à RFI Clémence Zamora-Cruz, porta voz da Inter-LGBT, organizadora do evento.
Segundo ela, o massacre de Orlando demonstra que a homofobia continua a matar, em todo o planeta. "Vamos continuar a ocupar com orgulho o espaço público e levantaremos sempre a bandeira da luta pela igualdade e contra a violência e a discriminação por orientação sexual."
O tema da parada deste ano são os direitos das pessoas transexuais, com o lema "Esterilizações forçadas, agressões, precariedade: stop!".
"Queremos denunciar a falta de ação da classe política diante dos graves atentados aos seus direitos fundamentais. Estamos mobilizados para pedir uma lei simplificando o estado civil dos transexuais. Essa lei deve seguir a resolução 2048 do Conselho Europeu, que pede que os estados-membros apliquem um procedimento rápido, transparente, acessível e baseado na auto-afirmação", acrescenta Clémence, ela mesma transexual.
Movimento gay indignado com o governo
A porta-voz afirma que o movimento gay francês está indignado que o governo e os legisladores permitam, na ausência de uma lei, que as pessoas trans sejam submetidas a esteralizações para poder mudar o estado civil e obter os papeis de acordo com seu gênero. "A falta de documentos os expõe à violência e à discriminação. Nenhuma medida para lutar contra a transfobia foi tomada. Pelo contrário, as iniciativas para sensibilizar a população quanto às questões de gênero, como o ABCD da igualdade, foram abandonadas."
Para Clémence, o governo apenas é coerente "na sua falta de vontade política pelos direitos e pela liberdade das pessoas LGBT". "Ele usa o velho mecanismo de promessas e recuos. Atualmente na França, a reprodução assistida não está aberta para todas as mulheres, e a filiação ainda é impossível de estabelecer desde o nascimento para as famílias com pais homossexuais. Nós denunciamos essa hierarquização das orientações sexuais, que discrimina as lésbica e as priva do direito de dispor dos seus corpos. A impossibilidade de estabelecer a filiação desde o nascimento coloca as famílias gays em uma situação de precariedade inaceitável: a mãe que não concebeu é obrigada a adotar seu próprio filho", diz.
De Montparnasse à praça da Bastille
A parada terá um novo trajeto este ano. Ela sairá às 14h da praça 18 Juin 1940, em Montparnasse, e passará por Port Royal, Luxembourg, Cluny-La Sorbonne e a ponte de Sully-Morland para chegar, depois de 4,7 km de desfile, à praça da Bastille. São cerca de 40 carros alegóricos, representando diferentes coletivos e associações. No final da parada, haverá uma grande show com artistas renomados, de 16h às 22h.
A mestre de cerimônia será Shirley Souagnon. O primeiro a se apresentar é o grupo 3SomeSisters, que mistura electro tribal e pop mutante, com um estilo visual "glam". Depois será a vez da DJ Betty, que tocará um set especial para a performance de "voguing" do grupo House of Mizrahi. O "voguing", dança que imita poses de artistas de cinema e modelos, nasceu nos anos 1960 na comunidade gay do Harlem, em Nova York, e explodiu em popularidade nos anos 1990 com o hit "Vogue", de Madonna.
Em seguida assumem as pick-ups os DJs Maxime Iko, com um set atmosférico e pulsante, e Rag, diretora artística do coletivo Barbi(e)turix e residente das noites Wer for Me de Paris.
O evento é organizado há 10 anos pela Interassociação Lésbica, Gay, Bi e Transsexual, que reúne cerca de 60 associações e tem por missão lutar contra a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero e pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.
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"There will be two tributes, one before the parade out with a minute of silence, and another on the stage mounted on the square of the Bastille, place of arrival, which has not yet been defined," he said in an interview with RFI Clémence Zamora-Cruz, door voice of the Inter-LGBT, organizer of the event.
According to her, the Orlando massacre shows that homophobia continues to kill, all over the planet. "We will continue to take pride with the public space and always will raise the banner of struggle for equality and against violence and discrimination based on sexual orientation."
The theme of the parade this year are the rights of transgender people, with the motto "forced sterilizations, aggression, insecurity: stop!".
"We want to denounce the inaction of the political class in the face of serious violations of their fundamental rights. We are mobilized to request a law simplifying the legal status of transsexuals. This law should follow the resolution 2048 of the European Council, which asks member states implement a rapid, transparent, accessible and based on self-assertion, "added Clemence, herself a transsexual.
Gay Movement outraged by the government
The spokesman said that the French gay movement is outraged that the government and legislators allow, in the absence of a law, that trans people are subjected to esteralizações in order to change the marital status and get the papers according to their gender. "Lack of documents exposes them to violence and discrimination. No measures to fight transphobia was taken. On the contrary, initiatives to raise awareness about gender issues, such as the ABCD of equality, have been abandoned."
For Clemence, the government is only consistent "in the absence of political will for the rights and freedoms of LGBT people." "He uses the old mechanism of promises and setbacks. Currently in France, assisted reproduction is not open to all women, and membership is still impossible to establish from birth to families with homosexual parents. We denounce this hierarchy of guidance . sex, which discriminate against lesbian and deprives them of the right to dispose of their bodies the impossibility to membership from birth puts gay families in an unacceptable precarious situation: the mother who conceived is required to adopt his own son " he says.
Montparnasse to Bastille square
The parade will have a new route this year. She will leave at 14h square 18 Juin 1940 in Montparnasse, and will pass through Port Royal, Luxembourg, Cluny-La Sorbonne and Sully-Morland bridge to reach, after 4.7 km parade, the square of the Bastille. There are about 40 floats representing different groups and associations. At the end of the parade, there will be a great show with renowned artists, from 16h to 22h.
The master of ceremonies will be Shirley Souagnon. The first to appear is the 3SomeSisters group that mixes electro and tribal pop mutant, with a visual style "glam". Then it will be the turn of DJ Betty, who will play a special set into the performance of "voguing" House of Mizrahi group. The "voguing" dance that mimics poses of models and film artists, was born in the 1960s in the gay community of Harlem in New York, and exploded in popularity in the 1990s with the hit "Vogue" by Madonna.
Then take the pick-ups the Maxime Iko DJs, with an atmospheric and pulsating set, and Rag, artistic director of the collective Barbi (e) Turix and resident nights Wer for me in Paris.
The event is organized 10 years ago by interassociation Lesbian, Gay, Bi and Transsexual, which brings together about 60 associations and its mission to fight discrimination based on sexual orientation and gender identity and human rights and fundamental freedoms.
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