sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Com novas técnicas, golpe "Boa Noite Cinderela" ainda faz muitas vítimas em festas gays ( Noticia ) - With new techniques, blow "Good Night Cinderella" still makes many victims at parties gay (News)

Com novas técnicas, golpe Boa Noite Cinderela ainda faz muitas vítimas em festas gays
Alto, bonito, forte e sensual. O perfil do moreno que me abordou em um after de São Paulo certamente faz parte do estereótipo idealizado por muitos gays. Ficamos. Mas seu comportamento posterior - como o papo sobre dinheiro, a curiosidade de me tirar do chão e das notáveis mãos bobas sobre meus bolsos - deixou-me um tanto desconfiado.

Momentos depois, a confirmação. Através do beijo - isso mesmo, do beijo - ele despejou em minha boca o drink que toda hora me oferecia e fingia beber. Beijei e engoli, consciente do que estava por vir (ou não). Em poucos minutos, um sono profundo tomou conta de mim, mal conseguia me mexer. Ele, por sua vez, assoprava calmamente meus olhos e, toda vez que tentava abrir, fechava-os com os dedos. Tentei me esquivar, mas o príncipe moreno se transformou em lobo: puxou-me bruscamente, quase me carregando a caminho de um dark room.

Prestes a vivenciar um pesadelo apelidado como conto de fadas, fui salvo por uma amiga travesti.

Carente Cinderela
No agito e loucura da noite, a busca por pessoas e companhias diferentes é constante. É nela que por ventura surge um golpe conhecido por seduzir e dopar a vítima antes do roubo (efeito potencializado da mistura de substâncias como ketamina, dormonid, flunitrazepam, entre outras, a bebidas alcoólicas). Na noite LGBT, a premissa é pior. Afinal, "os gays são as maiores vítimas do Boa Noite Cinderela", declara a escritora Maria Tereza Moreira, autora do livro homônimo, publicado pela editora Zit.

Sem escapar das inevitáveis analogias, a autora compara o conto da gata borralheira com a realidade de seus entrevistados. "Cinderela é carente, solitária, convive mal com os familiares, mas tem seu sonho realizado ao encontrar um príncipe. Nas histórias que relato, todos estão carentes de alguma forma." Caso do publicitário Edmilson, 28, que após uma traição e conflitos familiares, em 2010, foi a um barzinho no centro de São Paulo e conheceu o que seria o homem da sua vida. "Além de muito bem vestido, ele falou que não era do meio, que estava em busca de algo sério e que até abriria oportunidades de trabalho." Durante a conversa, desfaleceu. Acordou somente no dia seguinte, em um motel próximo do local, sem roupa, celular ou carteira. "Estava em trapos", compara.

Do Uísque para a Calçada
A maioria das vítimas não se recorda de como o golpe foi dado. Nem antes, muito menos durante, consequência das substâncias dopantes aplicadas nas bebidas (atualmente também utilizam em chicletes e até frutas), e só acordam horas ou dias depois.

Aos 39 anos, o advogado Guilherme Vasconcellos sofreu um apagão. Ele chegou em uma casa noturna gay de São Paulo e, esperando um amigo, pediu um uísque ao barman. "Acordei na calçada, limpo, sem anel, carteira, celular, nada." Guilherme não sabe nem dizer se foi abordado por alguém. "A bebida já deve ter vindo batizada ou quem estava ao lado o fez. A memória imediata fica prejudicada", alega ele, que considera a situação humilhante. "Fico imaginando ter sido carregado na frente de todos."
O publicitário Rodrigo M, que participava da formatura de um amigo em Volta Redonda, Zona Sul do Rio de Janeiro, só lembra das formalidades da cerimônia e de uma pista com música eletrônica. "Acordei na beira do rio Paraíba do Sul, longe de qualquer comércio ou residência, só de calça social. Senti medo, perdido em um lugar que não conhecia." O amigo do jovem, preocupado com ele, soube pelo segurança que havia entrado em um carro de outro convidado. Para Rodrigo, isto nunca ocorreu.
Vergonha
Enquanto novos golpes surgem, as vítimas temem denunciar. Os motivos são vários. Alguns não lembram do que aconteceu, outros por medo, vexame e vergonha. "A vergonha é um dos sentimentos mais presentes nas vítimas, a cicatriz mais difícil de curar. É preciso tempo e, muitas vezes, psicoterapia para que a vítima se recupere", declara Maria Tereza. É por isso que não há dados, nem políticas públicas voltadas à prevenção do golpe.
Guilherme, Edmilson, Rodrigo procuraram registrar Boletim de Ocorrência, mas alegam terem sido destratados por policiais. "Fui à delegacia, mas fui tratado como o 'viado bêbado que perdeu a linha' e ficou por isso mesmo", diz o publicitário.
Guilherme afirma que é o tipo de situação em que a vítima tem que provar que não é culpada. "Recusaram a fazer o B.O., pois não tinha testemunha, e o pessoal da casa noturna não quis se envolver. É a sua palavra contra o mundo à sua volta."
Previna-Se
Não existe faixa etária, dia, nem lugar. Todos estão sujeitos a cair nas mãos de golpistas. A maior dica é aquela dada a mais antiga moral da história: não aceitar nada de estranhos. "Depois é ficar atento no assunto do gato, nas mãos bobas e, claro, não levar alguém de imediato para casa. Também aconselho a não sair sozinho a lugares que ninguém te conhece e que não saiba quando você está alterado", afirma o agora precavido Edmilson.
Final Feliz?
O crime pode ser legalmente tipificado de várias formas, do sequestro ao roubo qualificado, até mesmo tentativa de latrocínio, mas, dadas as dificuldades que as vítimas encontram nas delegacias, o mais normal é um mero registro de roubo que, de acordo com o artigo 157 do Código Penal, pode penalizar o golpista com quatro a dez anos de prisão.
Enquanto isso, o lobo moreno do início da reportagem continua lindo e solto nas pistas de São Paulo.

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With new techniques, blow Good Night Cinderella still makes many victims at parties gay
Tall, handsome, strong and sensual. The profile of the dark who approached me after one in Sao Paulo is certainly part of the stereotype idealized by many gays. We. But his subsequent behavior - such as chat about money, curiosity to get me out of the ground and striking silly hands on my pockets - left me somewhat suspicious.
Moments later, the confirmation. Through kissing - that's right, kiss - he poured the drink into my mouth every time they offered me and pretended to drink. I kissed her and swallowed, aware of what was to come (or not). Within minutes, a deep sleep came over me, I could barely move. He, in turn, blew my eyes and quietly, every time I tried to open, close them with your fingers. I tried to dodge, but the dark prince turned into a wolf, pulled me abruptly, almost carrying me on his way to a dark room.
About to experience a nightmare dubbed as fairy tale, was saved by a transvestite friend.
Poor CinderellaIn the hustle and madness of the night, searching for people and different companies is constant. It is here that perhaps there is a scam known for seducing and dope the victim before the robbery (enhanced effect of the mixture of substances such as ketamine, dormonid, flunitrazepam, among others, alcohol). On the night LGBT, the premise is worse. After all, "gay people are the biggest victims of the Good Night Cinderella," says the writer Maria Teresa Moreira, author of the same name, published by Zit.
No escape from the inevitable analogies, the author compares the tale of Cinderella with the reality of her subjects. "Cinderella is poor, lonely, ill live with relatives, but has his dream come true to find a prince. In the stories that report, all are lacking in some way." If the advertiser Edmilson, 28, who after a betrayal, and family conflicts, in 2010, was a bar in downtown Sao Paulo and knew what would be the man in your life. "In addition to well-dressed, he said he was not the medium that was looking for something serious and that would open up job opportunities." During the conversation, collapsed. Only woke the next day in a motel nearby, without clothes, cell phone or wallet. "I was in rags," he compares.
Whisky for the SidewalkMost victims do not remember how the blow was given. Neither before, much less during a consequence of doping substances applied to beverages (currently also used in chewing gum and even fruit), and only wake up hours or days later.
At 39, attorney William Vasconcellos suffered a blackout. He arrived in a gay nightclub in São Paulo, and waiting for a friend, the bartender asked for a whiskey. "I woke up on the sidewalk, clean, no ring, wallet, cell phone, nothing." William does not know or tell if it was approached by someone. "The drink may have been baptized or who was next made. Immediate memory is impaired," he claims, which considers the humiliating situation. "I wonder has been loaded in front of everyone."
The advertising Rodrigo M, who attended the graduation of a friend in Volta Redonda, South Zone of Rio de Janeiro, just remember the formalities of the ceremony and a track with electronic music. "I woke up on the edge of the Paraiba do Sul River, away from any trade or residence, only pants. I was afraid, lost in a place that did not know." The friend of the young, worried about him, knew that the security had entered a car of another guest. For Rodrigo, it never occurred.
ShameWhile new scams arise, the victims are afraid to report. The reasons are several. Some do not remember what happened, others by fear, embarrassment and shame. "Shame is a feeling of more victims present in the scar more difficult to cure. It takes time and often psychotherapy for the victim to recover," says Maria Tereza. That is why there is no data, no public policies for prevention of stroke.
William Edmilson, Rodrigo tried to record police reports, but claim they were mistreated by police. "I went to the police station, but I was treated like 'fagot drunk who lost the line' and was so even," says the publicist.
William says that's the kind of situation where the victim has to prove she is not guilty. "They refused to do BO because he had no witness, and the staff of the club did not want to get involved. It's your word against the world around them."
If PreventThere is no age, day or place. All are liable to fall into the hands of scammers. The biggest hint is given that the oldest moral of the story: Do not accept anything from strangers. "Once the matter is to be aware of the cat, in the hands and silly, of course, does not immediately take someone home. Also advise you not to go alone to places no one knows you and who does not know when you're changed," says the now Edmilson cautious.
Happy Ending?The crime can be legally typified in various ways, from grand theft to kidnapping, even attempted armed robbery, but, given the difficulties that victims are in police stations, as normal is a mere record of theft, in accordance with Article 157 of the Penal Code penalize the coup with four to ten years in prison.
Meanwhile, brown the wolf from the beginning of the story still beautiful and loose on the slopes of St. Paul.

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