sábado, 6 de agosto de 2016

A complexidade do relacionamento gay (Documentário) - The complexity of the gay relationship (documentary)

Um outro dia um amigo me disse: “relacionamento gay é muito complicado?” Aí está dúvida foi mas forte do que eu… fiquei pensando sobre o assunto e cheguei a seguinte conclusão:

Para responder essa questão é preciso lembrar que relacionamentos, tanto faz se entre héteros ou entre gays, são sempre complicados. Porém, os gays são também obrigados a lidar com muitas outras dificuldades além das enfrentadas por todo mundo. A mais séria, a meu ver, é a homofobia internalizada. Desde muito cedo aprendemos, entre outras coisas negativas, que.. relacionamentos homossexuais não têm futuro. Que são baseados apenas na satisfação imediata pelo sexo, sem fins de procriação e sem função na sociedade, esses relacionamentos são vistos como narcisistas e imaturos. Os gays crescem sem ter a oportunidade de explorar sua afetividade e sexualidade de forma natural e espontânea, como fazem os héteros, e passam a acreditar que sua diferença está irremediavelmente associada à solidão e ao abandono.

Como essas crenças estão, na maior parte das vezes, no nível inconsciente, eles tendem a buscar fora deles as causas para seu fracasso em obter e manter relacionamentos significativos. “Os gays (os outros, é claro!) só pensam em sexo” ou “ninguém quer nada sério” não são meras constatações da realidade que os cerca, mas indicadores poderosos da sua homofobia internalizada.

Um outro sintoma importante da homofobia internalizada é o valor positivo que se costuma dar aos “fora do meio”. Esses costumam ser vistos como “superiores”, como uma casta que não se mistura com a massa “promíscua” e “fútil” da qual se constitui o mundo gay. Ora, se vive “fora do meio” e rejeita aqueles que são como ele, como fazer para encontrar um parceiro e para estabelecer um relacionamento que se sustente sem os apoios familiar ou social? (situação parecida ocorre com mulheres que só têm amigos gays e se queixam de não conseguir arranjar um namorado).

Outra dificuldade inerente aos relacionamentos gays tem a ver com os papéis de gênero (masculino e feminino), ou seja, os comportamentos e atitudes que a sociedade estabelece para cada um dos gêneros, e que nos são impostos primariamente pela família e pela escola.

Os meninos são incentivados a serem fortes e competitivos, a evitarem demonstrações de afeto e a explorarem sua sexualidade de forma mais livre do que as meninas. Com isso, aprendemos pouco sobre como expressar sentimentos e dividir nossa intimidade. Por outro lado, desenvolvemos uma identidade fortemente apoiada na sexualidade e na disputa pelo poder. Como um relacionamento gay envolve necessariamente dois homens, essas características de gênero tendem a ser uma fonte adicional de conflitos.Impossível falar sobre relacionamentos gays sem tratar da questão da “invisibilidade”. A maioria dos gays cresce em famílias heterossexuais e passa boa parte da infância e da adolescência sem sequer conhecer um casal gay (abertamente gay e/ou abertamente casal).

Mesmo depois de terem se assumido e passado a conviver com outros gays, não é muito freqüente encontrarem casais gays estáveis e visíveis. Muitos escolhem se “misturar” com os héteros e viver uma vida longe da comunidade gay; ou porque sentem-se, de alguma forma, ameaçados na sua segurança, ou porque acreditam que o modelo de casal não é compatível com o estilo de vida gay.

Além disso, a ausência de modelos públicos (como na mídia, por exemplo), a falta de literatura específica sobre o tema e de especialistas em aconselhamento para casais gays, torna essa empreitada uma aventura ainda mais solitária.Quando um casal hétero se forma, “os céus dizem amém”. É possível, e muito desejável, que o casal compartilhe sua felicidade com a família e os amigos. Quando se depara com as dificuldades naturais dos relacionamentos, encontra apoio e ajuda para resolver os problemas. Quando se separa, além dos ombros de familiares e de amigos para chorar, o casal terá provavelmente a compreensão de todos à sua volta, assim como todos os recursos que a sociedade heterossexual lhe oferece.

Para o casal gay “invisível”, a maior parte desses privilégios será negada (como por exemplo usar uma aliança de namoro com o nome do amado gravado ou mandar flores no trabalho, etc). Pois como justificar para a família ou para o chefe no trabalho a alegria ou a tristeza do momento? Como enfrentar as crises inevitáveis sem o suporte daqueles que estão próximos? Onde buscar ajuda de forma segura e confiável? Além dessas dificuldades mais específicas, gays, assim como héteros, trazem para seus relacionamentos uma bagagem emocional complexa que se forma, a partir dos primeiros anos, na relação com os pais (Freud explica) e se consolida por meio das experiências de vida.

Uma série de estudos revelou que pessoas que se relacionam com outras do mesmo sexo têm maior probabilidade de relacionamentos maritais e familiares do que aquelas em um relacionamento hétero. Robert Jay, diretor executivo do Instituto Rockway disse que a flexibilidade de gênero dos papéis desempenhados pelas pessoas em um relacionamento gay e a divisão igualitária nas questões domésticas e familiares resultam em relacionamentos mais saudáveis que aqueles heterossexuais apoiados em moldes antigos.

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Another day a friend told me: "gay relationship is too complicated?" There's doubt but was stronger than me ... I was thinking about it and came to the following conclusion:

To answer this question we must remember that relationships, whatever is between heterosexuals or gay, are always complicated. But gay men are also forced to deal with many other difficulties beyond faced by everyone. The most serious, in my view, is the internalized homophobia. From early on we learn, among other negative things that .. homosexual relationships have no future. Which are based only on the immediate satisfaction of sex without procreation purposes and has no function in society, these relationships are seen as narcissistic and immature. Gay grow without having the opportunity to explore their affectivity and sexuality naturally and spontaneously, as do heterosexuals, and come to believe that their difference is irrevocably associated with loneliness and abandonment.

How do these beliefs are, in most cases, at the unconscious level, they tend to get out of them the causes for their failure to obtain and maintain meaningful relationships. "Gays (the other, of course!) Only think about sex" or "nobody wants nothing serious" are not mere observations of the reality that surrounds them, but powerful indicators of their internalized homophobia.

Another important symptom of internalized homophobia is the positive value that usually give "out of the middle." These are often seen as "superior" as a variety that does not mix with the dough "promiscuous" and "futile" which constitutes the gay world. Now you live "out of the middle" and rejects those who are like him, how to find a partner and to establish a relationship that stands without family or social support? (Similar situation occurs with women who only have gay friends and complain about not being able to find a boyfriend).

Another difficulty inherent in gay relationships have to do with gender roles (male and female), ie, behaviors and attitudes that society establishes for each gender, and we are imposed primarily by family and school.

Boys are encouraged to be strong and competitive, to avoid displays of affection and to explore their sexuality more freely than girls. Thus, we learn little about how to express feelings and share our intimacy. On the other hand, we developed a strongly supported identity sexuality and power struggle. As a gay relationship necessarily involves two men, these gender characteristics tend to be an additional source of conflitos.Impossível talk about gay relationships without addressing the issue of "invisibility". Most gays grows in heterosexual families and spends much of his childhood and adolescence without even knowing a gay couple (openly gay and / or openly couple).

Even after they have taken and passed to socialize with other gay, it is not very common to find stable and visible gay couples. Many choose to "mix" with straights and live a life away from the gay community; or because they feel somehow threatened in their safety, or because they believe the couple model is not compatible with the gay lifestyle.

Moreover, the absence of public models (such as the media, for example), the lack of specific literature on the subject and counseling experts to gay couples, makes this task an adventure even more solitária.Quando a couple straight forms, "the heavens say amen." It is possible, and desirable, that the couple share their happiness with family and friends. When faced with the natural difficulties of relationships, find support and help to solve the problems. When separates, beyond the shoulders of family and friends to cry, the couple will probably have an understanding of all around, as well as all the resources that heterosexual society offers.

For gay couple "invisible" to most of these privileges will be denied (eg use a covenant relationship with the recorded beloved name or send flowers at work, etc.). For as justification for the family or the boss at work joy or sadness of the moment? How to face the inevitable crises without the support of those who are close? Where to look safely and reliably help? In addition to these specific difficulties, gays, and straights, bring to their relationships a complex emotional baggage that forms from the early years, the relationship with parents (Freud explains) and consolidates through the experiences of life.

A series of studies has shown that people relate to others of the same sex are more likely to marital and family relationships than those in a heterosexual relationship. Robert Jay, executive director of the Rockway Institute said the roles gender flexibility played by people in a gay relationship and equal sharing in household and family issues result in healthier relationships than those heterosexual supported in old ways.

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