terça-feira, 19 de março de 2013
Mercado para o público LGBT ganha força no Distrito Federal ( Noticia ) - Market for the LGBT audience gains strength in the Federal District (News)
Os mais de 40 pares de sapato estocados no armário e embaixo da cama denunciam o vício do músico Daniel Marques, 28 anos. Basta um passeio pelo apartamento do brasiliense, na 107 Sul, e o gosto dele por decoração também fica evidente. No quarto, há uma poltrona escolhida a dedo pelo jovem. Na sala, vários quadros e vinis dão ao ambiente a cara do morador. Sem receio de declarar sua orientação sexual e de reconhecer os ímpetos consumistas, Daniel explica que, longe do estereótipo, não é luxo ou status o que ele procura. “Gosto muito de conforto, de ir a lugar bem cuidado, que tenha um conceito interessante. Não é questão de ostentação”, afirma.
Daniel representa um público cada vez mais presente na capital federal. Exigente e de alto poder aquisitivo, essa parcela dos consumidores tem chamado a atenção de empresários. Segundo a Pesquisa Mosaico Brasil, realizada pela Universidade de São Paulo (USP), 10,8% dos homens e 5,1% das mulheres acima dos 17 anos declaram-se gays, lésbicas ou bissexuais no Distrito Federal. Mas os percentuais certamente são ainda maiores, pois o levantamento — o mais atualizado sobre o tema — foi realizado em 2008.
Outro estudo inédito revela que cerca de 70% da população LGBT do DF pertencem às classes A e B. Os números foram reunidos pela Associação Esportiva Cultural e Social Estruturação - Grupo LGBT de Brasília e pela Secretaria de Cultura do DF. Com elevado poder aquisitivo e menor comprometimento da renda com gastos fixos — a maioria não tem filhos —, LGBTs se tornaram uma freguesia chave para a economia local. “Esse público está assumindo sua condição. E não é um tipo de consumidor que tem perfil de ficar em casa assistindo à televisão, é uma clientela que tem estilo de vida voltado ao consumo”, avalia o superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do DF (Sebrae-DF), Antônio Valdir Oliveira.
De acordo com o especialista, LGBTs demandam um mercado com oportunidades concretas e que ainda pode ser mais bem explorado. Além do segmento de festas, lazer, moda e beleza, outros dois setores da economia têm muito a ganhar com essa clientela, na avaliação dele: construção civil e turismo, assim como toda a cadeia produtiva que envolve os dois ramos, a exemplo dos negócios nas áreas de gastronomia e decoração.
Estudo do Sebrae aponta que gays e lésbicas gasta cerca de 20% a mais que heterossexuais com personalização dos imóveis. Eles não poupam ao investir em móveis de qualidade e na ornamentação de casas e apartamentos. “Essa população tem uma disponibilidade financeira maior e o desejo de morar bem. Por isso, não economizam na questão imobiliária e com os periféricos, como objetos de utilidade doméstica e decoração, para customizar o lar do seu jeito”, explica o superintendente do Sebrae-DF. No ramo do turismo, a diferença de gastos entre o público LGBT pode chegar a 30%.
Maioria jovem
A partir de entrevistas com 600 pessoas em estabelecimentos e eventos LGBTS, a Secretaria de Cultura do DF e a Associação Esportiva Cultural e Social Estruturação - Grupo LGBT de Brasília traçaram um perfil sobre o consumo de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais na capital federal. Segundo o levantamento, a maioria dessa população é jovem — 37,8% têm de 18 a 23 anos e 32,3% estão na faixa etária de 24 a 29 —, mas possui elevado grau de instrução. Pouco mais de 80% têm ao menos o ensino médio completo, sendo que 19% já concluíram a graduação e 13,5% têm algum título de pós-graduação.
O mineiro Anselmo Leite, 25 anos, é um retrato desse grupo: jovem, porém já bastante qualificado. Há sete anos, o rapaz que estudou publicidade no Instituto Superior de Brasília (Iesb) inaugurou a própria agência de propaganda em parceria com dois colegas. Com o negócio que emprega atualmente oito pessoas, ele paga as contas do apartamento na Asa Norte e ainda consegue manter um padrão elevado de consumo. “Até porque não preciso me preocupar com colégio de filho, essas coisas. Posso investir mais em viagem bacana, roupas, tratamento estético”, conta o publicitário, que acabou de retornar de uma viagem para Las Vegas — a terceira do rapaz aos Estados Unidos.
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The more than 40 pairs of shoes stored in the closet and under the bed denounce the vice of musician Daniel Marques, 28 years. Just a walk through the apartment brasiliense on 107 South, and his taste for decoration is also evident. In the room, there is an armchair handpicked by the young. In the room, several tables and vinyl give the environment a resident's face. Without fear to declare their sexual orientation and recognize the consumerist impulses, Daniel explains that far from the stereotype, not a luxury or status he seeks. "I love comfort, well maintained place to go, it has an interesting concept. It's not about ostentation, "he says.
Daniel is a public increasingly present in the federal capital. Demanding and high purchasing power, this group of consumers has drawn the attention of entrepreneurs. According to the Survey Mosaic Brazil, conducted by the University of São Paulo (USP), 10.8% of men and 5.1% of women over age 17 say they are gay, lesbian or bisexual in the Federal District. But certainly the percentages are even higher because the survey - the most updated on the theme - was held in 2008.
Another unpublished study shows that about 70% of the population of LGBT DF in Classes A and B. The figures were compiled by Sports Association Cultural and Social Structure - Group LGBT Brasilia and the Secretariat of Culture of the Federal District. With high purchasing power and lower impairment of fixed income with expenses - most do not have children - became a parish LGBTs key to the local economy. "This audience is taking their condition. And there is a kind of consumer profile that has to stay at home watching television, is a clientele that has lifestyle oriented consumer, "said Superintendent of Support Service for Micro and Small Enterprises in DF (Sebrae-DF) Antonio Oliveira Valdir.
According to the expert, LGBT require a market with real opportunities and still can be better exploited. Besides segment festivals, leisure, fashion and beauty, two other sectors of the economy have much to gain with this clientele, in his assessment: construction and tourism, as well as the entire production chain involving both arms, like the business in the areas of food and decor.
Sebrae study shows that gays and lesbians spend about 20% more than heterosexual customization of buildings. They do not skimp when investing in quality furniture and decoration of houses and apartments. "This population has a greater availability of funds and the desire to live well. So do not skimp on the real estate issue and peripherals, as objects of utility and home decor, to customize the home of your way, "said the superintendent of Sebrae-DF. In the tourism sector, the difference in spending between the LGBT audience can reach 30%.
Most young
Based on interviews with 600 people in LGBT establishments and events, the Secretary of Culture of the Federal District Sports Association and Cultural and Social Structure - Group LGBT Brasilia drew a profile on the consumption of lesbians, gays, bisexuals, transvestites and transsexuals in the federal capital . According to the survey, the majority of this population is young - 37.8% are 18-23 years old and 32.3% are aged 24 to 29 - but has a high level of education. Just over 80% have at least a high school degree, and 19% have completed graduation and 13.5% have some graduate title.
The miner Anselmo Leite, 25, is a portrait of this group: young but already well qualified. Seven years ago, the boy who studied advertising at the Instituto Superior de Brasília (IESB) opened his own advertising agency in partnership with two colleagues. With the business that currently employs eight people, he pays the bills in the North Wing of the apartment and still manages to maintain a high standard of consumption. "So why not have to worry about college son and stuff. Can I invest more in nifty travel, clothing, beauty treatment, "says the publicist, who has just returned from a trip to Las Vegas - the third boy to the United States.
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