‘Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma’, disse na tribuna.
Parlamentares apontaram falta de decoro. Bolsonaro negou ofensa.
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pediu à presidente Dilma Rousseff, em discurso na tribuna da Câmara na manhã desta quinta (24), para parar "de mentir" e assumir "se gosta de homossexual".
Bolsonaro criticava o que chama de "kit gay" do Ministério da Educação, uma cartilha contra a homofobia que seria usada em escolas públicas, mas cuja distribuição foi suspensa por determinação da presidente.
"O kit gay não foi sepultado ainda. Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assuma. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma. Mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau", afirmou o deputado no discurso, veja o vídeo ao lado.
Segundo o setor de taquigrafia da Câmara, a Secretaria-Geral da Mesa mandou que a transcrição do discurso de Bolsonaro fosse retirada do site, para que palavras consideradas “antirregimentais” fossem excluídas do texto.
A assessoria da Presidência da República informou que não irá se pronunciar sobre as declarações do deputado.
Deputado nega intenção de ofender
Ao site G1, Bolsonaro disse que não quis ofender a presidente durante o discurso. "Eu tenho a tribuna. Eu posso pregar o que eu bem entender na tribuna. O artigo 53 [da Constituição] diz que sou inviolável. Eu não ofendi ninguém. Não pretendo ofender. Se querem esquecer esse assunto gravíssimo para levar para o lado de que eu sou desequilibrado, não tenho culpa", declarou.
Indagado se, com a declaração, quis dizer que Dilma é homossexual, Bolsonaro respondeu: "Eu não penso nada [sobre a orientação sexual da presidente Dilma Rousseff]. Quero saber do caso de amor que ela tem com o grupo LGBT. Quero que ela explique o caso de amor porque o kit gay continua aí", disse.
Apesar disso, o deputado não recuou da declaração de que a presidente mentiu. "Quero saber qual o motivo da simpatia com esse grupo. Que ela é mentirosa, eu não tenho nenhuma dúvida. Não vou deixar de acusá-la de mentirosa porque ela é presidente", afirmou. Bolsonaro disse que a presidente mentiu porque, durante a campanha eleitoral, prometeu, segundo o deputado, que concederia aumento aos militares e não cumpriu.
Reações
Após a fala de Bolsonaro no plenário da Câmara, o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) subiu à tribuna e rebateu as declarações do parlamentar do PP. "O que nós ouvimos aqui hoje foi novamente um discurso de ódio, um discurso de preconceito, um discurso inclusive que, se eu entendi direito, faltou com o decoro parlamentar ao fazer insinuações a respeito da própria presidente da República. A opção sexual de qualquer ser humano, deputado, é uma questão de foro íntimo desse mesmo ser. E todos nós temos o mesmo direito perante a Constituição", declarou Sirkis.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP), vice-presidente do Senado, também reagiu ao discurso de Bolsonaro. "Como mulher, como cidadã, como mãe, como senadora, como vice-presidente desta Casa, pedimos ao presidente da Câmara, deputado [Marco] Maia, que tome enérgicas providências e limites, porque está sem um freio de arrumação. Sinto muito a falta de decoro parlamentar desse deputado. Tem ofendido cidadãos comuns e agora até mesmo a presidente da República", afirmou.
---------------------------------------------------------------------------------------------
'If your business is homosexual love with, assume, "said the gallery.Pointed out the lack of parliamentary decorum. Denied Bolsonaro offense.
Congressman Jair Bolsonaro (PP-RJ) asked the President Rousseff, speaking at the podium of the House on Thursday morning (24) to stop "lying" and take "is like a homosexual."
Bolsonaro criticized what he called "gay kit" of the Ministry of Education, a booklet against homophobia would be used in public schools, but whose distribution has been suspended by order of the president.
"The kit gay was not buried yet. Rousseff, stop lying. If you like gay bears. If your business is homosexual love with, take. But do not let the chicken among the elementary schools," said Member in the speech, see the next video.
According to the industry shorthand of the House, the General Secretariat of the Board ordered a transcript of the speech Bolsonaro was removed from the site so that words deemed "antirregimentais" were deleted from the text.
The office of the Presidency said it will not comment on statements by the deputy.
MP denies intention to offendAt site G1, Bolsonaro said he did not want to offend the president during the speech. "I have the podium. I can preach what I please in the gallery. Article 53 [the Constitution] says that I am inviolable. I did not offend anyone. I do not intend to offend. If you want to forget this very serious matter to take the side of I'm unbalanced, not my fault, "he said.
Asked if, with the statement, meant that Dilma is gay, Bolsonaro replied: "I do not think anything [about the sexual orientation of President Rousseff]. I want to know the love affair she has with the LGBT group. I want her explain the affair because the gay kit still there, "he said.
Nevertheless, the deputy did not shrink from a statement that the President lied. "I want to find out the reason of sympathy with this group. That she is a liar, I have no doubt. I will not fail to accuse her of lying because she is president," he said. Bolsonaro said that the president lied because during the election campaign, promised, according to the deputy, that would give rise to the military and failed.
ReactionsAfter Bolsonaro speech on the House floor, Rep. Alfredo Sirkis (PV-RJ), ascended the podium and refuted the statements of the PP parliamentary. "What we heard today was again a hate speech, speech bias, including a speech that, if I understand right, lacked parliamentary decorum in making suggestions about their own president. The sexual orientation of any man, MP, is a question that even be intimate. And we all have the same rights before the Constitution, "said Sirkis.
Senator Suplicy (PT-SP), vice chairman of the Senate, also reacted to the speech Bolsonaro. "As a woman, as a citizen, as a mother, as a senator, as vice chairman of the House, asked the mayor, deputy [Marco] Maia, to take energetic measures and limits, because it is without a brake arrangement. Sorry to lack of parliamentary decorum of Members. It has hurt ordinary people and now even the president, "he said.
Nenhum comentário:
Postar um comentário