terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Brasil é o sexto em ranking de países mais multados pela Fifa por homofobia (Noticia) - Brazil is the sixth in the ranking of countries most fined by FIFA for homophobia (News)

A Fifa arrecadou mais de R$ 4,3 milhões em multas por causa de gritos homofóbicos durante as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, de acordo com a edição desta quarta-feira do jornal "Folha de S. Paulo". O Brasil, que foi punido cinco vezes por causa deste problema, foi o sexto lugar no ranking de quem mais pagou multas. O Chile lidera.

Entre os 10 países mais punidos por gritos homofóbicos contra adversários, nove ficam na América Latina (apenas a Grécia, em oitavo lugar, não fica no continente). Os chilenos receberam 10 multas e pagaram à Fifa um total de R$ 794 mil. A Argentina aparece em segundo lugar, seguida por Honduras, México e Peru. Em sexto, o Brasil foi punido por cinco vezes e pagou R$ 336 mil em punições.

O repórter Marcos Uchôa, da TV Globo, durante uma participação sobre o tema no SporTV, lembrou que o Brasil é um dos países com maior número de mortes violentas no mundo, incluindo casos de violência contra pessoas LGBT. Em levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB), 445 pessoas foram assassinadas em 2017 por motivos de LGBTfobia. Na opinião do jornalista, as "brincadeiras" homofóbicas acabam levando à violência. Por isso, também é preciso combatê-las.

"Essas coisas não são brincadeiras. O Brasil mata 60 mil pessoas assassinadas por ano, são números parecidos com os da guerra da Síria. A maioria das pessoas vítimas são negras, jovens. A brincadeira do racismo tem muito mais graves. A gente também mata muitas pessoas gays no Brasil. É muito grave o problema. Começa na brincadeira e acaba no assassinato. Então vamos parar com a brincadeira, com a piada de mau gosto", disse Uchôa, em participação no "Redação SporTV".

No mesmo programa, o editor de Esportes dos jornais "O Globo" e "Extra", Márvio dos Anjos, diz que as "brincadeiras" não podem ser permitidas com o argumento de que todas as pessoas têm o direito à liberdade de expressão.

"É um debate muito interessante. Eu me considero um defensor da liberdade de expressão mais ampla possível. Mas há um sentido ali que acaba abraçando todo mundo. O futebol tem isso, promove um vácuo de caráter na pessoa. As coisas que você faz no estádio são coisas que você não faria em casa. Sempre me impressionou, quando eu vejo jogos na Inglaterra, que você tenha cartazes no estádio dizendo que nenhum tipo de canto ofensivo é permitido. Isso no país do liberalismo. Então é de se pensar o papel do futebol para civilizar as pessoas, conseguir mostrar que não pode ser legal esse tipo de manifestação", disse Márvio dos Anjos.

A CBF foi punida por gritos homofóbicos nas partidas contra Colômbia, Bolívia, Paraguai, Equador e Chile. Os chilenos, que foram multados 10 vezes, ainda foram punidos com a suspensão do estádio Nacional de Santiago por dois jogos.

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FIFA has collected more than $ 4.3 million in fines for homophobic shouts during the 2018 World Cup qualifiers, according to the Folha de S. Paulo newspaper. Brazil, which was punished five times because of this problem, was sixth in the ranking of those who paid the most fines. Chile leads.


Among the 10 countries most punished by homophobic shouts against opponents, nine are in Latin America (only Greece, in eighth place, is not on the continent). The Chileans received 10 fines and paid FIFA a total of R $ 794,000. Argentina appears in second place, followed by Honduras, Mexico and Peru. Sixth, Brazil was punished five times and paid R $ 336,000 in punishments.

TV Globo reporter Marcos Uchôa, during a participation on the issue at SporTV, recalled that Brazil is one of the countries with the highest number of violent deaths in the world, including cases of violence against LGBT people. In a survey of the Gay Group of Bahia (GGB), 445 people were murdered in 2017 for reasons of LGBTophobia. In the opinion of the journalist, homophobic "jokes" end up leading to violence. That is why we must also fight them.

"These things are no joke," he said, "and Brazil kills 60,000 people a year, similar to those in the Syrian war." Most of the victims are black, young, and the game of racism is much more serious. "said Uchôa, in a participation in the" SporTV Newsroom "." We are going to stop playing with the joke, with the bad joke, "said Uchôa.

In the same program, Sports editor of the newspapers "O Globo" and "Extra", Márvio dos Anjos, says that "jokes" can not be allowed with the argument that all people have the right to freedom of expression.

"It's a very interesting debate, I consider myself as an advocate of the widest possible freedom of expression, but there is a sense there that embraces everybody, football has that, it promotes a void of character in the person. stadiums are things you would not do at home.It always impressed me when I see games in England that you have placards in the stadium saying that no offensive singing is allowed.This is in the country of liberalism.That is to think the role of football to civilize people, to be able to show that this type of demonstration can not be legal, "said Márvio dos Anjos.

The CBF was punished by homophobic shouts in matches against Colombia, Bolivia, Paraguay, Ecuador and Chile. The Chileans, who were fined 10 times, were still punished with the suspension of the National Stadium of Santiago by two games.

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